Dribles fenomenais, jogadas de puro génio. Penadas de bom futebol no papiro dos predestinados. Glória esvoaçante nas asas de um condor. Insigne fogo que nos queima a alma, abrasivo e sempre altivo na sua demonstração de omnipotência. Um poema circular, esférico até. Um opíparo repasto na mesa dos Imortais, sentado à cabeceira da mesa, com vista para o Olimpo.
Assim é o futebol de Messi, que cai nas amarras tácticas do presente como um boné no depauperado crâneo do deputado Diogo Feio.
Ah, mas não é este. É o tipo do Barça. Alguém enganou os dirigentes do Olhanense.
-"Eh pá, temos aqui um empresário a oferecer o Messi e só quer um calendário da Pirelli, um LP da Céline Dion ao vivo em Gdansk e um VHS dos Gladiadores Americanos em troca!"
-"Porreiro, pá! E eu que até tenho uns episódios de '96 gravados! Esta saiu mesmo bem."
domingo, novembro 25, 2007
sábado, novembro 10, 2007
CALILA, ATÉ FAZ FILA
Carlos Alberto Lopes Cabral, não é de facto um nome de jogador da bola.. Não é um Ronaldo, um Baía, um Jardel, um Gomes, um Makukula.. será por isso que Carlos Alberto Lopes Cabral não vingou no futebol. Homem nascido em terras próximas do Douro, embarcou cedo para o Sul do país. Desde Lamego até Torres Vedras foi um tirinho.. Calila jogou ao lado de grandes vedetas torrejanas. Falo de Rosário pro exemplo, quem não se lembra deste jogador, loiro, de cabelo compido, rápido.. esse Rosário hoje estaria num grande! Mas voltando a pôr a agulha no disco certo, Carlos Alberto Cabral queria ir mais longe e ingressou no Belenenses. Aí sim, um clube quase grande de Portugal. A partir da saída do Belenenses foi sempre a descer. No clube da Cruz de Cristo ainda marcou 5 golos em 21 jogos, boa média de Carlos Alberto Lopes Cabral. Mas este avançado parecia andar lento em campo, parecia andar a dormir! E de facto estava, esta foto é tirada na época de 96-97 em Belém. Carlos Alberto Lopes CAbral, acorda p'a vida!! E de facto acordou.. passou do clube azul para o clube do saco azul.! Assim chegou a Felgueiras, mas a sua sorte mandou-o de volta, tal como o carteiro Postiga, para o sul. Quis o destino que fosse o Imorta, para talvez quiçá, imortalizar o seu nome em terras algarvias. No entanto, Carlos Alberto Lopes Cabral fez jus ao seu nome de emigrante e foi , como bom português, jogar para a Alemanha, no Bad Bleiberg! Voltando ao nosso Portugal após uma época em terras de Hitler, tentou o Sporting.. mas estava cheio, e Carlos Alberto Lopes Cabral, ficou ali ao lado, em Alcochete. Assim sim, à dimensão certa do seu futebol. A partir daí, Pinhalnovense, Mirense, Cernache, Lus Evora, Fazendense.. enfim.. todos os "enses" do Vale do Tejo!! Carlos Alberto Lopes Cabral gosta de variar como nós todos de boxers.. e como a Elsa Raposo de homem.. SEMPRE! Em 2004 foi a vez de tentar ficar ligado à história do Benfica! Sim, Benfica! o Futebol Benfica.. se calhar o verdadeiro clube que joga Futebol à Benfica. Por último , mais um ano ,mais uma viagem.. Nesta autêntica fila de clubes, o extremo CALILA queda no Seixal ... mas até quando? Até quando CALILA quiser. Calila sabe muito, conhece muito, viaja muito. Calila não anda a dormir!!
quinta-feira, novembro 08, 2007
Gilles Binya, o Irascível do Mfoundi
Em mais um exclusivo "Cromos da Bola", oferecemo-vos um pequeno doce. Um palmier forrado a chocolate quente. Um remate almiscarado na gaveta dos bolinhos. Um açucarado passe de crosta caramelizada à trivela.
Gilles Binya, o bom rapaz, aceitou dar uma entrevista a este blog. Um Senhor: gentil e correcto na abordagem aos lances, tanto dentro como fora do verde tapete.
Ora aí vamos:
"Cromos da Bola - Salvé, orgulho de Yaoundé. Bem Haja pela entrevista concedida.
Gilles Binya - Ora essa, não tinha nada de jeito para fazer. Era isso ou arrancar mais um dedo àquele gajo ali ao fundo, mas já estou meio maçadito. Foi um longo dia de trabalho.
CdB - Mais uma razão para lhe agradecer. Iniciemos então esta entrevista. Foi difícil a sua adaptação a Portugal e ao Benfica?
GB - São realidades completamente diferentes do que estava habituado. No ínicio ninguém me conhecia, foi complicado. Um exemplo: Como ninguém sabia quem era, deram-me um pequeno cartão vermelho magnético para poder entrar no parque de estacionamento do centro de treinos. Infelizemente parti-o. Foi o único cartão vermelho que consegui ver até agora em solo luso. E estraguei tudo.
CdB - Vicissitudes da vida. Por falar nisso, foi necessária uma grande mudança de hábitos de sua parte?
GB - Não, apesar de tudo consegui adaptar-me relativamente bem. Gosto muito de rissóis de camarão, portanto só tenho comido isso e carne humana. Outro dia trocaram-me o pedido num café e deram-me um rissol de carne. Ridículo. Claro que parti o perónio ao moço. Curiosamente não vi cartão.
CdB - Compreensível. Trouxe música étnica do seu País natal?
GB - Não ouço disso. Ouvia até aos 12 anos, mas depois parti para outra. Agora, desde que tenha a minha K7 pirata com os maiores hits de verão do MC Hammer, está tudo bem. É um LP bestial. Aquele gajo partia tudo.
CdB - Noto um verbo recorrente no seu discurso...
GB - Deve ser "encerar". Só pode ser "encerar". Adoro encerar o chão da minha casa. Até tenho uma história curiosa relativa a isso: uma vez, a minha mulher-a-dias encerou o chão, esquecendo-se que faço questão de fazer isso sozinho. Parti do princípio que ignorou as minhas directrizes como ofensa pessoal, e parti-lhe a rótula, claro. Não vi cartão, curiosamente.
CdB - Pois. O verbo era "encerar", claro. Passemos à bola propriamente dita. A adaptação a um futebol diferente foi simples?
GB - Dado que o meu jogo não é mais que fazer lançamentos laterais para as couves e distribuir porrada enquanto o Armando não volta à equipa, foi fácil, sim. Até fiz um penteado à Beto Galdino para os adeptos não sentirem saudades e fazerem uma associação rápida do brasileiro nórdico ao jogador novo dos Camarões. Foi uma tentativa de partir gelo. Acho que resultou.
CdB - Longe de mim discordar. Os treinos têm corrido bem?
GB - Tem visto o Mantorras ultimamente?
CdB - Agora que menciona...não, realmente não.
GB - Agora já sabe como têm corrido os treinos. Rasgadinhos.
CdB - Gilles Binya, estou a ficar com medo. Obrigado pela oportunidade.
GB - Ora essa. Volte sempre. E traga as suas canelas desprotegidas, se possível. Ainda ontem escanei um piton nas caneleiras de um gajo. Isso não se faz a ninguém."
..................................................................................................................
Esta entrevista é fictícia. A realidade seria muito mais violenta.
Gilles Binya, o bom rapaz, aceitou dar uma entrevista a este blog. Um Senhor: gentil e correcto na abordagem aos lances, tanto dentro como fora do verde tapete.
Ora aí vamos:
"Cromos da Bola - Salvé, orgulho de Yaoundé. Bem Haja pela entrevista concedida.
Gilles Binya - Ora essa, não tinha nada de jeito para fazer. Era isso ou arrancar mais um dedo àquele gajo ali ao fundo, mas já estou meio maçadito. Foi um longo dia de trabalho.
CdB - Mais uma razão para lhe agradecer. Iniciemos então esta entrevista. Foi difícil a sua adaptação a Portugal e ao Benfica?
GB - São realidades completamente diferentes do que estava habituado. No ínicio ninguém me conhecia, foi complicado. Um exemplo: Como ninguém sabia quem era, deram-me um pequeno cartão vermelho magnético para poder entrar no parque de estacionamento do centro de treinos. Infelizemente parti-o. Foi o único cartão vermelho que consegui ver até agora em solo luso. E estraguei tudo.
CdB - Vicissitudes da vida. Por falar nisso, foi necessária uma grande mudança de hábitos de sua parte?
GB - Não, apesar de tudo consegui adaptar-me relativamente bem. Gosto muito de rissóis de camarão, portanto só tenho comido isso e carne humana. Outro dia trocaram-me o pedido num café e deram-me um rissol de carne. Ridículo. Claro que parti o perónio ao moço. Curiosamente não vi cartão.
CdB - Compreensível. Trouxe música étnica do seu País natal?
GB - Não ouço disso. Ouvia até aos 12 anos, mas depois parti para outra. Agora, desde que tenha a minha K7 pirata com os maiores hits de verão do MC Hammer, está tudo bem. É um LP bestial. Aquele gajo partia tudo.
CdB - Noto um verbo recorrente no seu discurso...
GB - Deve ser "encerar". Só pode ser "encerar". Adoro encerar o chão da minha casa. Até tenho uma história curiosa relativa a isso: uma vez, a minha mulher-a-dias encerou o chão, esquecendo-se que faço questão de fazer isso sozinho. Parti do princípio que ignorou as minhas directrizes como ofensa pessoal, e parti-lhe a rótula, claro. Não vi cartão, curiosamente.
CdB - Pois. O verbo era "encerar", claro. Passemos à bola propriamente dita. A adaptação a um futebol diferente foi simples?
GB - Dado que o meu jogo não é mais que fazer lançamentos laterais para as couves e distribuir porrada enquanto o Armando não volta à equipa, foi fácil, sim. Até fiz um penteado à Beto Galdino para os adeptos não sentirem saudades e fazerem uma associação rápida do brasileiro nórdico ao jogador novo dos Camarões. Foi uma tentativa de partir gelo. Acho que resultou.
CdB - Longe de mim discordar. Os treinos têm corrido bem?
GB - Tem visto o Mantorras ultimamente?
CdB - Agora que menciona...não, realmente não.
GB - Agora já sabe como têm corrido os treinos. Rasgadinhos.
CdB - Gilles Binya, estou a ficar com medo. Obrigado pela oportunidade.
GB - Ora essa. Volte sempre. E traga as suas canelas desprotegidas, se possível. Ainda ontem escanei um piton nas caneleiras de um gajo. Isso não se faz a ninguém."
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Esta entrevista é fictícia. A realidade seria muito mais violenta.
domingo, novembro 04, 2007
Popeye from Lodz
Vítor Baía é um nome incontornável do futebol Mundial. Histórico recordista de títulos a nível internacional, este guardião marcou uma época na lusitana bola pelos seus reflexos apuradíssimos, saídas destemidas, destreza nas bolas altas ou capacidade de liderança. A todos os níveis, um símbolo.
E para além de tudo isso, deu ao Mundo Cromático uma benesse que tivemos a oportunidade de degustar como uma bavaroise de framboesa confeccionada pelo bigode do Manuel Luís Goucha em 1992: ao abandonar a Cidade Invicta em busca de glória adicional na Catalunha, Baía não se transformou apenas em portero, pois foi também porteiro - abriu as portas a um exército de sucessores, cada um pior que o anterior.
Nascia o "Fantasma de Baía". E não, não era uma aparição pública do gaiense depois de três semanas sem ir ao solário, foi a designação escolhida pelos sempre criativos e acutilantes escribas para definir a sombra gigante do agora culé, que deixava as atormentadas vidas dos seus sucessores sem ponta de sol.
Eles eram Eriksson, Wozniak e Hilário. Um monstro de três cabeças. Um "Cérbero", cuja missão era manter a inviolabilidade das redes azuis. Não é bem o mesmo que guardar o portal do Mundo dos Mortos, mas deixemos o glamour para os tecnicistas Quinzinho, Chippo e Lipcsei. Aqui a missão é desprovida de glória. Chamem-lhes mártires modernos do sofrimento contemporâneo. Peões num jogo de xadrez disputado por dois traficantes de órgãos coreanos. Tigres de papel numa selva urbana. Ou então, nas sábias palavras do saudoso Tarzan Taborda (o Gabriel Alves da porrada) : "carne para canhão".
O mais sui generis dos três era Andrzej Wozniak. Provavelmente por parecer um cruzamento entre o Popeye e um contabilista. Portador de um look muito em voga entre cepos das balizas nos anos 90 (falamos de Best e Baston), o Popeye Polaco brandia orgulhosamente um charmoso piccolo bigodinho, que fazia pendant com a sempre respeitosa careca, símbolo de confiabilidade e eficácia, qual reluzente bola de bilhar rebolando feliz pelo buraquinho adentro.
Wozniak teve também o condão de esperar pelos grandes momentos. Apesar de ser uma desilusão entre os postes, onde não revelava nenhuma qualidade discernível ao olho humano para além de fazer rir o mais sisudo dos adeptos do desporto-Rei, Mijter Oliveira manteve a confiança inicial no Popeye from Lodz, o que só pode ser visto como uma demonstração da sempre sólida solidariedade de bigodes.
Assim sendo, Andrzej foi um espectador privilegiado de duas das mais badaladas partidas da História recente do futebol Português: do seu cantinho, algures entre o poste direito e o esquerdo, o polaco presenciou as vitórias do FC Porto por 2-3 em Milão (onde ainda quase que conseguiu lixar o brilhante jogo dos colegas com dois golos sofridos), e de 0-5 na Luz (jogo mítico - não pelo Porto espetar 5 batatas no rival, mas porque Popeye from Lodz não sofreu nenhum tento).
Pouco depois destas duas brilhantes deslocações, o polaco foi afastado para abrir caminho a outro senhor. Provavelmente não terá nada a ver com as suas pomposas performances, mas sobretudo porque ver e ouvir a mesma piada muitas vezes seguidas cansa qualquer um, e era de facto necessário ir buscar um refresco. Outro tipo para nos dar alegrias cromáticas.
Para a memória fica esta respeitosa carequinha e a certeza que Popeye from Lodz iria dar 122% em cada uma das suas acções no palco maior do teatro da bola - como a foto ilustra.
Aquele ar de esforço não é normal. É que pela posição do pé, vai sair dali um passezinho de treta para um qualquer Buturovic a 40cm de distância.
Ou isso, ou o gajo está a mandar um bico numa bola medicinal e nós andamos todos a precisar de ir ao oftalmologista do Ivica Kralj.
P.S.: Futebol Clube DE Porto? Mas será que foi o próprio Popeye que escreveu no cromo?
E para além de tudo isso, deu ao Mundo Cromático uma benesse que tivemos a oportunidade de degustar como uma bavaroise de framboesa confeccionada pelo bigode do Manuel Luís Goucha em 1992: ao abandonar a Cidade Invicta em busca de glória adicional na Catalunha, Baía não se transformou apenas em portero, pois foi também porteiro - abriu as portas a um exército de sucessores, cada um pior que o anterior.
Nascia o "Fantasma de Baía". E não, não era uma aparição pública do gaiense depois de três semanas sem ir ao solário, foi a designação escolhida pelos sempre criativos e acutilantes escribas para definir a sombra gigante do agora culé, que deixava as atormentadas vidas dos seus sucessores sem ponta de sol.
Eles eram Eriksson, Wozniak e Hilário. Um monstro de três cabeças. Um "Cérbero", cuja missão era manter a inviolabilidade das redes azuis. Não é bem o mesmo que guardar o portal do Mundo dos Mortos, mas deixemos o glamour para os tecnicistas Quinzinho, Chippo e Lipcsei. Aqui a missão é desprovida de glória. Chamem-lhes mártires modernos do sofrimento contemporâneo. Peões num jogo de xadrez disputado por dois traficantes de órgãos coreanos. Tigres de papel numa selva urbana. Ou então, nas sábias palavras do saudoso Tarzan Taborda (o Gabriel Alves da porrada) : "carne para canhão".
O mais sui generis dos três era Andrzej Wozniak. Provavelmente por parecer um cruzamento entre o Popeye e um contabilista. Portador de um look muito em voga entre cepos das balizas nos anos 90 (falamos de Best e Baston), o Popeye Polaco brandia orgulhosamente um charmoso piccolo bigodinho, que fazia pendant com a sempre respeitosa careca, símbolo de confiabilidade e eficácia, qual reluzente bola de bilhar rebolando feliz pelo buraquinho adentro.
Wozniak teve também o condão de esperar pelos grandes momentos. Apesar de ser uma desilusão entre os postes, onde não revelava nenhuma qualidade discernível ao olho humano para além de fazer rir o mais sisudo dos adeptos do desporto-Rei, Mijter Oliveira manteve a confiança inicial no Popeye from Lodz, o que só pode ser visto como uma demonstração da sempre sólida solidariedade de bigodes.
Assim sendo, Andrzej foi um espectador privilegiado de duas das mais badaladas partidas da História recente do futebol Português: do seu cantinho, algures entre o poste direito e o esquerdo, o polaco presenciou as vitórias do FC Porto por 2-3 em Milão (onde ainda quase que conseguiu lixar o brilhante jogo dos colegas com dois golos sofridos), e de 0-5 na Luz (jogo mítico - não pelo Porto espetar 5 batatas no rival, mas porque Popeye from Lodz não sofreu nenhum tento).
Pouco depois destas duas brilhantes deslocações, o polaco foi afastado para abrir caminho a outro senhor. Provavelmente não terá nada a ver com as suas pomposas performances, mas sobretudo porque ver e ouvir a mesma piada muitas vezes seguidas cansa qualquer um, e era de facto necessário ir buscar um refresco. Outro tipo para nos dar alegrias cromáticas.
Para a memória fica esta respeitosa carequinha e a certeza que Popeye from Lodz iria dar 122% em cada uma das suas acções no palco maior do teatro da bola - como a foto ilustra.
Aquele ar de esforço não é normal. É que pela posição do pé, vai sair dali um passezinho de treta para um qualquer Buturovic a 40cm de distância.
Ou isso, ou o gajo está a mandar um bico numa bola medicinal e nós andamos todos a precisar de ir ao oftalmologista do Ivica Kralj.
P.S.: Futebol Clube DE Porto? Mas será que foi o próprio Popeye que escreveu no cromo?
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